Messi e Apple, talvez uma parceria inesperada - #184
A Apple demorou a entrar nas transmissões ao vivo de desporto e agora que se empenhou a fundo será que a sorte está do seu lado? Tem a palavra Messi que foi anunciado oficialmente esta semana como jogador do Inter de Miami de David Beckham.
Vamos recuar a 2019 quando disse Eddy Cue, Vice Presidente da área de Serviços da Apple, disse sobre as transmissões o seguinte “Not a lot, honestly…That’s not to say we would never do sports because who the heck knows. Never is a long time, but I don’t think that’s a problem right now.”
Como sabem a Apple demorou a entrar na questão do streaming, mas entrou com o seu serviço Apple TV+, e, como prática de uma empresa que foi a primeira a chegar ao 1 trilião de usd de capitalização bolsista, normalmente gosta de fazer o seu caminho, como entende e muitas vezes tendo capacidade para ir para os exclusivos, algo que interessa sempre à empresa americana. Há muitos anos falou-se da probabilidade da Apple entrar nos direitos da Liga Inglesa (Premier League), mas para obter o exclusivo a nível internacional era necessário gastar uma obscenidade de dinheiro, à volta de 10 mil milhões de euros, e a Apple TV+, de acordo com alguns dados, gasta 6 mil milhões no seu conteúdo total.
Entretanto, a Apple lança-se na aventura do desporto, tanto em transmissões ao vivo com contratos milionários da MLB, baseball por 7 anos, e que chega a 60 países, pelo meio Ted Lasso, provavelmente das melhores séries de televisão dos últimos anos e finalmente o acordo exclusivo com a MLS, o “soccer” para os próximos 10 anos por 2,5 mil milhões de dólares, e que pela primeira vez “The Apple agreement stated that MLS would organise the production in-house and for the first time, every MLS match would be broadcast by a single platform.”
Quanto tudo parecia estar a ficar mais calmo, a Apple a vender os seus passes de época para a MLS mais caros que outras modalidades bem mais conhecidas, mas como sabemos a Apple não é barata, eis que surge uma guerra entre MLS e a Liga Árabe onde já andava por lá Cristiano Ronaldo.
O Inter de Miami, clube de futebol da MLS, entrou na corrida para contratar Messi e “roubá-lo” à PIF, que tantas vezes já falei deles por aqui, e além do envolvimento da MLS no sucesso da negociação, até a Adidas, parceiro empresarial da MLS, entrou no filme e “ofereceu” a Messi uma partilha de lucros se ele fosse para os EUA.
Messi chegou aos EUA. Não sei se Apple vai vender muitos mais Season Pass da MLS, certamente irá, mas quando uma estrela destas, Campeão do Mundo, entra numa competição que a Apple transmite, estes só podem estar contentes e, provavelmente, a pensar no que poderão fazer mais para esta e outras competições serem adicionadas ao seu catálogo. Mas no final, é certo, a Apple vê o lucro como ninguém, e se isso não acontecer não fará sentido continuar.
Messi chegou, vamos esperar pelos próximos capítulos e tem a Apple uma palavra a dizer!